domingo, 5 de outubro de 2014

Ouçam



"Quanto a mim, que não cesso de vos falar, não me obedeceis. Enviei-vos desde o princípio, profetas, meus servos, para insistentemente vos dizer: " Desviai-vos do mau caminho, reformai a vossa vida. Não sigais atrás de deuses estrangeiros para os adorar." Jr 35, 14-16

Quem ouve inicialmente esta passagem bíblica, apercebe-se da aparente desilusão de Deus perante os homens.
Ele, que sempre nos amou, que sempre cuidou de nós, é absolutamente apagado das nossas vidas.
O que nós julgávamos ser uma epidemia deste século, é afinal uma epidemia desde os inícios dos tempos:

O vírus da banalidade


Julgávamos que a era industrial, motorizada e competitiva tinha contribuído para que Deus se apagasse das nossas vidas como aguarela envelhecida.
É ainda usual ouvirmos dizer " Não tenho tempo para Deus" ou ainda "mal tenho tempo para pensar quanto mais pensar em Deus".
Numa coisa, estamos realmente certos: não há tempo.

Mas não há tempo para quê?

Não existe tempo é para pararmos e pensar o que estamos a fazer da nossa vida. Estamos cada vez mais individuais, mais terrivelmente sozinhos num mundo que se tornou numa gigante aldeia global.
A verdade, é que nós estamos cada vez mais e inteiramente sozinhos. Abandonados á nossa própria existência, caprichos, vontades e vaidades.

Estamos sós. E isso assusta-nos.
Assusta-nos ter que lidar com a insegurança e o desejo utópico de dever cumprido. Assusta-nos perceber que nunca iremos deixar de errar, deixar de cometer pequenos percalços.
Mas meus amigos, Deus fez-nos exactamente dessa forma.
Deu-nos a possibilidade de evoluirmos a cada dia que desperta. E como qualquer evolução, esta só é benévola quando é partilhada e em prol do mundo.
Deus amou-nos tanto que nos deu o livre-arbitrio.
Deus a possibilidade de construirmos a nossa vida segundo as nossas escolhas. Mas tal como um pai bondoso e que ama os seus filhos, deixou-nos e continua a deixar-nos, alicerces que nos permitam construir de forma mais sólida o nosso futuro e a nossa vida.

Deus deu-nos a oportunidade de ouvir ou não os profetas. De ouvirmos o Seu plano para a verdadeira felicidade do Homem e da natureza.
Partilhou connosco a sua existência, por meio de Jesus, e ensinou-nos não com cânones, mas sim com gestos, com as mãos e coração de Jesus.

Ouvir a Deus é muito mais que ler a Bíblia ou praticar todo o bom acto cristão. Ouvir a Deus é um projecto tão especial que não envolve apenas os ouvidos; — envolve os ouvidos, os olhos, as mãos e acima de tudo o coração.
Porque a palavra e o conselho do Senhor é muito mais que uma leitura reconfortante, é um elixir para a verdadeira felicidade e tranquilizante para os nossos problemas.

Por isso, a minha sugestão desta noite, é ouvirmos o que Deus tem para nos dizer e mostrar.
Ouçam, e embalem a vossa vida na canção que Deus fez para vós.


Ω Um bem haja e que Deus vos abençoe a todos, e que a paz de Cristo esteja em todos os nossos corações.