- Quem te falou de Jesus, quem te deu a conhecer, pela primeira vez?
Bem, eu acho que ainda sou uma das sortudas, ao ter sido a minha mãe. A minha doce mãe.
Ela sempre teve uma ligação muito forte, mas ao mesmo tempo muito pessoal com Deus e com Cristo. Ela mesmo, foi catequista e durante anos deu a conhecer Cristo aos outros. A minha mãe ensinou-me, desde pequenina, a rezar com ela, ainda que eu não entendesse as orações, eu a ouvi-a atentamente e tentava imaginar secretamente Jesus Cristo na minha mente. É óbvio que a minha imaginação ( um tanto ou quanto fértil) conseguia, mas ainda assim era uma imagem precária de Jesus Cristo.
Aprendi com a minha mãe que Jesus Cristo não está apenas na Igreja ou na Eucaristia, Jesus Cristo está no nosso coração, tatuado na nossa alma, num selo invisível, que nunca poderá ser quebrado, se assim o desejares. Claro que com o tempo, eu aprendi mais atentamente sobre Jesus Cristo, através das minhas catequistas e com o resto da família.
- Quando te tornaste discípula de Jesus?
Acho que embora Jesus Cristo tenha estado sempre presente na minha vida, e a minha devoção a ele (embora com altos e baixos) tenha sido permanente, eu acredito-me que só me tornei verdadeiramente discípula de Jesus muito recentemente, mais propriamente há 3 anos atrás.
Há 3 anos, quando eu entrei numa sala com 30 e tal crianças, irrequietas, um bocadinho nervosas, umas choronas, outras sorridentes a olharem para nós (catequistas/ajudantes). Mal eu sabia que essas crianças iam mudar a minha vida, iam mudar o meu coração, me iam ensinar a viver de novo.

Pois elas, sem pouco ou nada saberem de Cristo, eram a prova viva de que ele existe, e ele vive entre nós. Eles são a prova viva que somos tanto seres imperfeitos como perfeitos, seres que nos seus erros conseguem renascer na maior graça. Seres que mesmo magoados no minuto seguinte perdoam, seres que me ensinaram que nem sempre as pessoas mais sorridentes são necessariamente as mais felizes, ou as que tem mais bens, são necessariamente as que melhor sabem viver.
Com estas crianças eu aprendi a ser humana, mas acima de tudo, eu aprendi a viver, eu aprendi a ser Cristo. E por isso, apesar de todos os anos de estudo, de Eucaristias, de lições e leituras, foi apenas quando estas crianças me tocaram no coração que eu pude realmente ver Cristo.
E a elas, devo tudo, devo toda esta imensa alegria, devo a elas a Vida. Elas foram os verdadeiros mensageiros, não por palavras, mas pelas obras. Nelas eu vi Cristo, nelas eu vi a Vida.
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