sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

O verdadeiro começo da minha fé





Eu sempre tive uma educação cristã. Minha mãe foi inclusive, no seu tempo de juventude, catequista. Porém, apesar de ter sido colocada na catequese por "força" da minha mãe, a verdade é que por mim senti-me cativada!
Haver um Homem, um senhor, que nunca me "viu" e que me amava e faria tudo por mim? Eu queria saber mais sobre esse Jesus. E assim me foi dado, eu participava com alegria na catequese e na eucaristia, todos os sábados, e sentia-me bem.
A 1ª comunhão, não a senti como oportunidade para vestir um vestido branco, mas como a primeira vez que iria comungar!! Finalmente ia dizer a Jesus o quanto gostava dele, e quanto sentia-me triste por o ter "visto" morrer por minha causa.
E a seguir á 1ª veio a 2ª comunhão. E assim, cresci com Cristo.
Mas por essa altura, o senhor que gostava de mim, incondicionalmente, o Homem que veio á Terra para nos salvar permitia que Deus deixasse crianças serem violadas, torturadas, mortas e com fome.
Deus permitia que houvesse tanta dor, tanta desgraça, permitiu os holocaustos, permitiu a morte de tantos justos a começar pelo Filho.
Nessa altura, pelos meus 13/14 anos, comecei a sentir uma revolta baixinha por isso, e ninguém mo sabia responder porquê.
Porque é que, sendo todos nós filhos de Deus, não tinhamos todos a mesma sorte?
Mas por muito desapontada que estivesse, não tinha perdido a minha fé, e teimei comigo que iria achar a resposta por mim e continuava a ir á Eucaristia, e a celebrar Cristo.
Mas tinha perdido o brilho nos olhos. 
A minha vida também me foi mostrando pelas primeiras vezes, as dores emocionais, tão trágicas da adolescência, e comecei a perder o contacto com Cristo, comecei a tê-lo apenas presente na minha memória.

Até que bati no fundo, (não tinha perdido a fé), mas bati no fundo. Numa altura onde ninguém que me amasse me pudesse dar a mão, eu senti um apoio. Era Ele.
Ele, não Se tinha esquecido de mim. No momento mais triste da minha vida, mais desamparado, eu senti uma força invisível, que só o meu coração podia testemunhar. E foi nesse momento, que vi, ao longe, a minha Igreja. Peguei nas minhas coisas e participei na Eucaristia desse dia. O meu coração encheu-se de novo, aos poucos, e voltei a sentir Cristo, embora o saiba hoje, que nunca me abandonou.
E comecei a perceber por mim, o porquê de tanto mal neste mundo.

A culpa não é de Cristo/ Deus. A culpa é NOSSA.
Se há fome, é porque existe um egoísmo maior que a própria fome, onde o nosso é apenas nosso, e o outro, se tiver que sofrer que sofra.
Se há mortes, é porque não conseguimos expressar o nosso amor, mesmo por aqueles que parecem mais estranhos.
Se há inveja, é porque nos vangloriamos de tal ponto que as outras pessoas se incomodam.
Se há guerras, é porque os Homens perderam a noção do que realmente importa neste mundo, o Amor.

E foi aí, foi aí que percebi, que o meu Cristo, o meu pastor, não tem culpa de nada disso, aliás, o meu pastor veio á Terra, ensinar como deveríamos viver. Mas deixou-nos outra coisa:

A opção de escolha.

E infelizmente, maior parte das nações, do mundo, escolheu a vida terrestre sem valor ou moral.
E foi assim que aos 19 anos, eu percebi, Deus AMA-ME, apesar de ter todos os motivos para não o fazer. Deus nunca me julgará, nem me deitará abaixo pelos meus erros, antes, ensinar-me-á a corrigi-los.
Nessa altura estabeleci então um acordo com Deus, que ainda hoje perdura. Eu ia mostrar aos outros o que ele fez comigo, como ele me resgatou sem ter dito uma palavra, sem o ter visto, como ele aumentou a minha fé, amor e sabedoria.
Nessa altura, eu decidi tornar-me catequista, e hoje, passado alguns anos, sinto uma alegria que cresce a cada dia que passa, por poder mostrar aos outros que amo Cristo e que ele me ama, a mim, e a todos vocês.


Nunca se esqueçam, Deus é amor, e nunca exigirá de vós, aquilo que vocês não conseguiam suportar.

2 comentários:

  1. Deus nunca nos pede o que não podemos dar, ou tão pouco nos carrega com peso superior às nossas forças. Ele é um Deus de Amor, um Pai amantissimo que não questiona, que perdoa, que acolhe. Um Deus de infinita misericórdia que deu ao mundo o Seu único Filho, Jesus, a experiência do abraço continuo com a humanidade.



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  2. Por isso que sinto extrema responsabilidade em responder ás suas expectativas sobre mim. E O desiludo muitas vezes, tenho essa noção, mas irei tentar até morrer, ser um bocadinho melhor, e ajudar os outros a serem melhores também!
    Muito obrigado pelo seu comentário! =D

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