domingo, 5 de outubro de 2014

Ouçam



"Quanto a mim, que não cesso de vos falar, não me obedeceis. Enviei-vos desde o princípio, profetas, meus servos, para insistentemente vos dizer: " Desviai-vos do mau caminho, reformai a vossa vida. Não sigais atrás de deuses estrangeiros para os adorar." Jr 35, 14-16

Quem ouve inicialmente esta passagem bíblica, apercebe-se da aparente desilusão de Deus perante os homens.
Ele, que sempre nos amou, que sempre cuidou de nós, é absolutamente apagado das nossas vidas.
O que nós julgávamos ser uma epidemia deste século, é afinal uma epidemia desde os inícios dos tempos:

O vírus da banalidade


Julgávamos que a era industrial, motorizada e competitiva tinha contribuído para que Deus se apagasse das nossas vidas como aguarela envelhecida.
É ainda usual ouvirmos dizer " Não tenho tempo para Deus" ou ainda "mal tenho tempo para pensar quanto mais pensar em Deus".
Numa coisa, estamos realmente certos: não há tempo.

Mas não há tempo para quê?

Não existe tempo é para pararmos e pensar o que estamos a fazer da nossa vida. Estamos cada vez mais individuais, mais terrivelmente sozinhos num mundo que se tornou numa gigante aldeia global.
A verdade, é que nós estamos cada vez mais e inteiramente sozinhos. Abandonados á nossa própria existência, caprichos, vontades e vaidades.

Estamos sós. E isso assusta-nos.
Assusta-nos ter que lidar com a insegurança e o desejo utópico de dever cumprido. Assusta-nos perceber que nunca iremos deixar de errar, deixar de cometer pequenos percalços.
Mas meus amigos, Deus fez-nos exactamente dessa forma.
Deu-nos a possibilidade de evoluirmos a cada dia que desperta. E como qualquer evolução, esta só é benévola quando é partilhada e em prol do mundo.
Deus amou-nos tanto que nos deu o livre-arbitrio.
Deus a possibilidade de construirmos a nossa vida segundo as nossas escolhas. Mas tal como um pai bondoso e que ama os seus filhos, deixou-nos e continua a deixar-nos, alicerces que nos permitam construir de forma mais sólida o nosso futuro e a nossa vida.

Deus deu-nos a oportunidade de ouvir ou não os profetas. De ouvirmos o Seu plano para a verdadeira felicidade do Homem e da natureza.
Partilhou connosco a sua existência, por meio de Jesus, e ensinou-nos não com cânones, mas sim com gestos, com as mãos e coração de Jesus.

Ouvir a Deus é muito mais que ler a Bíblia ou praticar todo o bom acto cristão. Ouvir a Deus é um projecto tão especial que não envolve apenas os ouvidos; — envolve os ouvidos, os olhos, as mãos e acima de tudo o coração.
Porque a palavra e o conselho do Senhor é muito mais que uma leitura reconfortante, é um elixir para a verdadeira felicidade e tranquilizante para os nossos problemas.

Por isso, a minha sugestão desta noite, é ouvirmos o que Deus tem para nos dizer e mostrar.
Ouçam, e embalem a vossa vida na canção que Deus fez para vós.


Ω Um bem haja e que Deus vos abençoe a todos, e que a paz de Cristo esteja em todos os nossos corações.



quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A carta que nunca te li...

Minha querida Salvação,


Adoro-te desde pequenina. Convivi desde cedo com a tua palavra, e com as palavras que a ti se dirigiam.
Aprendi o Pai Nosso do coração muito mais cedo do que aprendi o das palavras.
Cedo comecei a dizer-te obrigado e a pedir desculpa. E nisso, a minha mãe passou-me o amor e a verdadeira entrega.
Fui crescendo contigo, até me emocionar com as músicas que te cantam ao Domingo, até chorar no sitio onde a Tua Mãe apareceu, até chorar por saber que tinhas morrido numa cruz.

Meu amigo e minha querida salvação, sempre foste refrigério para os meus ossos e alma. E hoje, estou aqui a falar-te como nunca tivesse falado para ti. Sabes, muitas vezes custa-me muito aceitar as regras que muitos dizem ser em Teu nome, custa-me recitar fórmulas para chegar a ti - como é que se recitam fórmulas entre dois amigos desde nascença?

Custa-me fazer tudo aquilo que me afasta de Ti. Porque quero seguir as tuas pisadas meu amigo.
Não planeio chegar á grandiosidade que foi a Tua vida e morte, nem tão pouco almanejo santificar-me igual a ti.
Mas quero, e quero muito,

Meu amigo, Meu Senhor e minha Salvação eu gosto muito de ti, e como toda a relação que tem por base o amor, eu quero estar á tua beira. Não permitas que eu bata a porta quando me chamas, nem permitas que a minha alma se apague da tua luz. Porque como bom amigo que és, a tua presença é um convite á minha felicidade.
Eis a carta que nunca te li... mas que tu a sabes de cor.

Por isso, obrigado Jesus, por nunca teres deixado de acreditar em mim, e por fortaleceres todos os dias o carinho que sentimos um pelo outro.
Ensina-me a gostar ainda mais de ti.

Com carinho e dedicação,

seguir-te com aquilo que sou capaz. Quero muito amar como tu, o máximo que a minha alma permitir, quero ser verdadeiramente feliz com aquilo que mais interessa.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Os filhos da Vingança

Não podemos deixar-mos vencer pelo mundo.

Não podemos.
Nos últimos tempos tenho presenciado ao que todo o globo presencia em suas casas;
Duas nações esfarrapando os seus sopros de vida por causa de poder político e partidos religiosos.

Tenho presenciado um verdadeiro Golias sobre David em que nenhum dos dois tem completamente a razão do seu lado.Mas a verdade é que nesta luta desfreada, cega e destruidora, estamos a gerar mais ódio, mais violência, mais incompreensão e mais mágoa.

Por cada vida ceifada, cresce a raiva no coração dos que ficam. E assim, vamos continuar a propagar gerações de ódio e vingança.

Mas como podemos travar esta ameaça aos corações humanos?
A verdade é que não podemos. Não podemos a uma escala mundial e total. Mas podemos fazer a diferença.
Mas como?


Como Jesus, o nosso fiel amigo fazia.
Ele, um ser santo e purificado surpreendia todos ao se sentar junto de prostitutas, criminosos, doentes contagiosos e gente enganosa. Jesus surpreendia porque não se rodeava dos justos e corretos, mas sim dos pecadores.
Ele rodeava-se de tais pessoas por causa da sua missão — mostrar que Deus nos ama a todos, sem qualquer distinção. Jesus veio mostrar ao mundo que Deus era amor, e o que verdadeiramente importava era guiar os corações dos nossos irmãos através da escuridão deste mundo.
Jesus veio ensinar a sermos a luz que nunca se apaga no coração dos que mais precisam.

Temos que ser a luz do mundo meus amigos. Mais do que nunca, o mundo precisa de pessoas iluminadas com o amor e a compreensão, dispostas a evoluir cada vez mais, a morrer todos os dias ao que nos prende á nossa condição humana.
Morrer para o egoísmo, para o poder, para o orgulho, para o dinheiro, para a vingança e para o ódio.
A cada passo que matamos as nossas imperfeições, mais perto estamos da luz derradeira e serena.

Estamos cada vez mais pertos do amor — o amor sereno de Deus.

Sê aquilo que crês, isto basta para mudar o mundo, para mudar este ciclo de ódio e vingança.


Ω Um bem haja a todos, que a paz de Cristo esteja em nossos corações e que a sua Vontade ilumine os nossos caminhos Ω

Ω Um pai nosso pelo alcance da paz entre a Palestina e Israel;

Pai Nosso que estais no céu
Santificado seja o Vosso nome
Venha nós o Vosso Reino
Seja feita a Vossa vontade
Assim na terra como é no céu

O Pão nosso de cada dia nos dai hoje
Perdoai-nos as nossas ofensas
Assim como perdoamos a quem nos tenha ofendido
Não nos deixe cair em tentação
e livra-nos do mal,

AMEN +

domingo, 22 de junho de 2014

Poder

Hoje venho-vos falar do poder.

Esse sentimento meramente mortal, e que no entanto, tem a capacidade de desabar o céu nas nossas cabeças.
Longo foi o poder e fulminante a desgraça de muitos Homens ao longo da História, porque entregaram-se a esse sentimento que tem tanto de sedutor como destrutivo.

Pelo poder, e pela esperança de eterna glória muitas almas sábias e boas se perderam. Foi o poder que sempre moveu o mal e toda a sua manifestação, pois é mais perigoso que o orgulho e o egoísmo, entranhando-se na nossa alma como mancha de vinho que teima em sair.
Na verdade é uma nódoa que todo o ser humano possuí.

Com o poder vem a insegurança e o desejo quase ardente em ser lembrado até aos fim dos tempos.
Mas como, cristãos, devemos de ver o poder?

Na minha opinião, o poder não existem em Jesus. Existe sim glória em pertencer ao colo de Deus.
Jesus, Ele próprio veio ao mundo para servir, e pediu que todos os outros servissem os demais.
Que "Deus" é este que desce aos pés de nós, comuns mortais, Sua criação?

Meus amigos, é um Deus que nos ama acima de tudo, que tudo faz por nós, que tudo nos ensina, na esperança infinita de sermos, cada um de nós, o seu instrumento da paz.
E como instrumentos de paz, devemos cada vez mais lutar com o desejo ardente de querermos ser mais que os outros, de querer sempre estar na ribalta, onde o nosso nome é espalhado por eco de todos os outros que desejam ser ainda mais que nós.
Temos que nos esforça, embora seja dificíl por abandonar essa dimensão altiva. Devemos de apostar numa dimensão de servente, daquele que esta sempre pronto para um sorriso, para uma mão extra, para uma inspiração, uma mudança de vida. E que não nos encha o peito, pois tudo isto deve ser feito por amor a Jesus. Não por obediência, mas acima de tudo por amor.

Ou não soindes vós capazes da maiores provas sobre aqueles que mais amam? Que tal começar a fazer o mesmo por Jesus? Foi Ele que vos deu essa morada física e essa alma única e cativante.

Usem e "abusem" do amor, e verão a glória das vossas ações rasgarem um sorriso na vossa cara. Esse é o maior poder que podeis obter, o poder de sermos felizes com Jesus Cristo.

Ω Um bem haja a todos e que a paz de Cristo esteja em todos nós Ω

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Amigo Jesus, tive saudades tuas

Jesus, meu bom amigo, faz algum tempo que não falamos abertamente.



Houve uma altura que me esqueci de ti. Não que não pensasse em ti nas várias horas dos dias, não que eu não pensasse o que pensarias de mim naquele momento. Sim, isso eu tinha sempre no meu coração.
Mas esqueci-me de te demonstrar o quanto gosto de ti. Como é que consegues? Como consegues ser este amigo extraordinário, que mesmo estando eu distante causaste saudade?

Tive saudades tuas Jesus, tiveste saudades minhas? Eu sei que verdadeiramente nunca dissemos adeus um ao outro, ainda te encontravas no meu carro, na minha escola, no cinema, na minha alma. Eu sei bem lá no fundo que os amigos nunca partem.

Mas estou em falta contigo, foram muitas vezes que tu me chamaste, tentaste falar comigo e eu estava fechada em mim. Agora sei, o quanto custa ajudar um amigo que não quer ser ajudado, agora sei o quão doí. Desculpa-me meu amigo, eu estava cega, cega de mim, cega do que realmente importava na minha vida; o amor, o Teu e de todos.

Mas lá estavas tu, de braços abertos e emocionaste a minha alma. Abraçaste a minha alegria como se ainda tivesse sido ontem que tu e eu estivemos em paz um com o outro.
Inspiraste de novo a minha vida, como um bom amigo e guiaste-me nesta vida repleta de alegria e amor.
Ensinaste-me a amar outro igual, ensinaste-me a esquecer o meu egoísmo em prol do amor que une, que solidifica, que enaltece, que fabrica vida.

Convidaste-me a ser melhor, e juntos estamos a conseguir.

Obrigada meu amigo, por nunca teres desistido de mim.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Obrigado Jesus

Deus resume-se a Amor. E só o amor basta para o nosso espírito.



Esta é a verdadeira máxima que eu realmente acredito. Todos nós, homens, tentamos imitar o Seu jeito de amar, mas poucos, muitos raros conseguiram.

Isto meus amigos, porque é difícil. Difícil de compreensão, e ainda mais difícil de praticar.
E o é, porque para conhecermos a verdadeira plenitude do amor, temos que abandonar nós mesmos, e nunca é fácil perder a casa.

Não é fácil deixar os mexericos, os culpas dos nossos erros nos outros, o gosto pela nos acharmos melhor que os outros do lado. Não, não é fácil.
Mas o Bem meus amigos, nunca foi, nem nunca será fácil. Amar Jesus não é fácil, mas no entanto, é tão simples.
Ainda hoje tento procurar uma forma mais pura de amar Jesus, de ser cada vez mais uma testemunha honrosa da sua palavra, tanto nos atos como nas palavras. E nesta procura diária encontro infindáveis novas maneiras de ele nos amar a nós!

A minha relação com Ele não é constante de elogios e agradecimentos, nem de contemplação. Tenho muitos momentos de silêncio, de dúvidas, e dos inesgotáveis "porquês".

Mas eu gosto de pensar que é no ponto de interrogação que ele traz certezas ao meu coração. E é bom, poder contar com Ele, mesmo quando eu não conto comigo mesma.


Ω Que Deus vos abençoe e que nos transforme a todos nós, umas melhores pessoas e mais felizes.Ω




quinta-feira, 17 de abril de 2014

Frágil

Caros amigos,

Hoje em adoração ao Santíssimo refletiu-se o que Jesus podia ter sentido na noite que anteveu a sua morte.
Na noite que serviu o Homem, em que partilhou consigo a maior dádiva, na noite em que rezando, se encontrou sozinho consigo e com o Pai.
O que mais me aflige nesta reflexão amigos, é como Jesus se deve ter sentido ao aperceber-se da fragilidade da amizade humana.
Um amigo que o iria trair, um que o ia negar, aqueles que iram adormecer na sua hora mais só, todos os outros que fugiram aquando da sua morte.

Consegues imaginar-te abandonado por todos? Consegues imaginar estar perante o momento da tua vida e todos te deixarem numa noite escura?
Com certeza já passaste pelo mesmo, com certeza a tua alma ficou "numa tristeza de morte".Embora tivesse a firmeza da fé, e Deus do Seu lado, Jesus procurou conforto naqueles que lhe eram mais próximos, mas o sono da mortalidade lhes adormeceu o espírito.

Ainda hoje, é-me muito difícil imaginar os últimos minutos de Jesus, chega-me mesmo a ser doloroso pensar que Aquele que veio por nós, morreu humilhado, sozinho e rejeitado. Ele, que só veio mostrar o verdadeiro sentido do Amor.

Tenho um turbilhão de sentimentos dentro de mim neste momento, mas nenhum deles se expressa materialmente.
O meu espiríto está em repouso, o meu espirito está em Jesus.


Que Deus vos abençoe e vos mostre a verdadeira importância da amizade.

Que a Paz de Cristo esteja sempre convosco

sábado, 12 de abril de 2014

"Meu Deus, Meu Deus porque me abandonaste?"



"Meu Deus, Meu Deus porque me abandonaste?"

Foi a frase, que segundo tradição bíblica, Jesus disse antes de expirar e se despedir da vida terrena.
Jesus, o Filho de Deus, entregue ao sofrimento proferiu estas palavras que cortam qualquer coração. Mesmo assim, morreu na fé.

Pergunto-me quantas pessoas à volta deste mundo imenso, não fizeram a mesma pergunta, "Meu Deus, porque me abandonaste?"
Perante tanta calamidade, tanta miséria, tanta fome e tanta doença parece mesmo que Deus abandonou muitos de nós.
Se Jesus, Seu filho, em momento de inimaginável dor proferiu tais palavras, como podíamos nós simples mortais, não duvidar da presença de Deus?
Eu sei, que muita da dor são trevas infindáveis e que se prolongam anos e por vezes vidas inteiras. Parece que Deus nos abandonou e nos deixou entregues à nossa própria maldade.

Eu acredito que não é assim.

Deus não esqueceu de vós caros amigos, nós é que esquecemos um dos outros. Somos nós que "crucificamos" quem está ao lado, somos nós que pomos coroas de espinhos nos corações. É a nossa sede consumista e egoísta que leve à fome mundial, somos nós que levamos à imensa desigualdade social, somos nós que deixamos que o mal impere em muitos dos sítios. Simplesmente porque muitas vezes não queremos saber.

Mas mesmo assim, não somos seres perdidos.

Somos seres livres. Somos seres de feitos grandiosos. Somos capazes de matar, mas também somos capazes de proteger até às últimas consequências. Somos capazes de roubar, mas também somos capazes de viver pelo outro, partilhando até a nossa alma.
Somos capazes de viver sem olhar para o lado, mas também somos capazes de só termos olhos para o que sai de nós.
Meus amigos, somos capazes das maiores maldades, mas somos muito mais capazes da maior paz, alegria, amor e bondade.
E quando temos esses últimos sentimentos dentro de nós, sabemos que estamos em casa, sabemos que estamos com Deus.
E com isto sabemos, acima de tudo, que por nossa causa, Deus não abandonou quem está ao nosso lado.

Isto tudo, porque Deus é vida, e Deus vive dentro de cada um de nós.

Ω Que Deus abençoe cada um de vós, e que a paz de Cristo reine em todos nós.






segunda-feira, 31 de março de 2014

A Força


É com fulgor que vos saludo!
Deus é grande, tão grande que ilumina qualquer quarto escuro.

Cada recanto do nosso coração, Deus nos preenche com a Sua Luz, ainda que não o possámos compreender na sua totalidade.
Hoje venho-vos falar de força!

Mas qual força?

Qualquer uma que possam estar a pensar. A fisica, emocional e a espiritual. Não que sejam três universos estanques, acredito-me que para cada uma isoladamente realmente resultar, necessitam das restantes.
A nossa força é composta pelo Espírito de Deus, ainda que não o invoquemos. Ele está lá, como um vírus benéfico, pronto a uma reativação nossa, do nosso coração.
De facto, posso-vos dizer que acredito que o Espírito de Deus é realmente a única coisa viral. É como vírus informático, que não nos mata, fragiliza ou nos moí, mas sim um vírus que nos conduz à pureza do espiríto.
Nascemos fracos e doentes de espírito, e ao longo da nossa vida, através da alegria, do amor, da caridade, da gratidão e da misericórdia que Deus tão humildemente plantou em nossos dons, temos oportunidade de caminharmos para a sanidade e a "santidade" do nosso coração.
Deus ama as nossas fragilidades, mas exulta a nossa força. A nossa força para lutarmos contra o mundo que nos consome e que nos tenta engolir vivos. A nossa força para não darmos um passo sem o seu Amor. Nada mais basta.

Apenas sermos testemunhas do seu Amor.

Se formos cada vez mais testemunhas perfeitas do amor de Deus, então tornaremo-nos cada vez mais professores perfeitos dos corações que anseiam pelo mesmo.

Amem, meus caros e estimados amigos. Amem, como nunca o fizeram.
Amem e alegrem-se.
Amem e digam Amén. Pois essa é a maior força de Deus em nós.


Ω Que Deus vos abençoe e que a paz de Cristo more sempre em nossos corações. E que nunca, mas mesmo nunca, nos permita sair do seu Caminho.

sábado, 29 de março de 2014

Acendalha da minha Alma


Hoje eu ia escrever sobre o meu estado de alma. Mas algo impediu-me de tal.
Atravesso um enorme período de reflexão, onde o silêncio tem sido reinante.
Mas uma voz atravessou a minha mente e ativou a minha consciência.
Eu não posso escrever sobre algo que me atravessa a alma, porque não é mais forte que a alegria que sinto.

E que alegria é essa?

Ando há anos a tentar descobrir. Tantos anos quantos a minha existência como ser.
A minha mãe diz que eu tenho o dom do sorriso, e eu acredito.
Tenho mesmo, e não creio que isso seja desprovido de Deus.
Se sorrio é por causa Dele. Aliás, o que não é Dele e sobre Ele?
O sorriso é o carregador da minha alegria, que aumento todos os dias. É a acendalha da minha alma, e só ele me ativa todos os sentimentos que de bom posso transmitir ao mundo.


Mas como sorrir sempre?

A resposta não é sorrir sempre, mas sim ter sempre motivos para sorrir.
É necessário chorar! Não tenhas medo de ficar triste ou desamparado, se te sentes assim é boa notícia:
Estás vivo! E sentes!

Ninguém é estancamente feliz 24h sobre 365 dias. Mas, perguntam vocês, como podemos rir estando tristes?

Meus amigos, quando o desespero é maior que a razão, olhem para o lado. Provavelmente estarão sozinhos, confinados ao vosso quarto ou ao vosso canto de mágoas. Mas olhem para além da parede. Existe sempre alguém que nos ama. Mesmo os mais desgraçados, principalmente de espírito, tem sempre quem os ame.
Olhem para o vosso corpo. É saudável? Se sim, considerem-no como motivo para sorrir.
Se não é saudável, olhem para quem está ao lado. Também está doente? Então precisará da tua força, tu serás o seu motivo para sorrir.
Não está doente? Então precisas tu da sua força e do seu carinho.
Olha para a tua cara. Notas as rugas, as marcas do passado, o cansaço, o stress, a preocupação e a beleza que tu nunca achaste suficiente?
Vês bem isso?  São a prova viva de que és um guerreiro, mas mais que tudo, és a prova que Deus ama a originalidade, e de tal maneira nos criou únicos, à nossa bela e maravilhosa maneira.

Deus ama-nos e muito! E de tal maneira, que além de nos entregar a bondade e a santidade de Seu Filho, entregou-nos a liberdade, e acima de tudo a possibilidade de felicidade.

Deus desenhou-nos para sorrir e para sermos felizes, desenhou-nos para sermos livres.

Por isso, não sorrias sempre, mas tem sempre motivos para sorrir.

E que Deus te acompanhe sempre na tua viagem!

Ω Que Deus vos abençoe e que a Paz de Cristo reine sempre nos vossos corações :)

segunda-feira, 24 de março de 2014

Reza!

E em tempo de quaresma, lembro-me sempre de Madre Teresa, que no seu caminho por este mundo, sentiu muitas vezes a sua fé abalada, mas mesmo assim, isso não a assustou nem a impediu de se levantar às 4h30 da manhã para rezar e dizer a Jesus Cristo: " A tua Felicidade é a única que eu quero".

Este é uma forte e simbólica mensagem do verdadeiro amor a Deus. Independentemente das nossas áreas cinzentas, reza sempre.
Reza como nunca rezaste. Encosta as palavras e dá voz ao coração. Só assim Deus consegue ouvir-te.
Deus não entende a linguagem dos homens que é tão confusa, tão palavreada. A verdadeira linguagem que Deus entende é a do teu coração.
E se, o teu coração, tiver provido de amor, então meu amigo, és parte D'Ele.

Haverá sentimento mais bonito em que partilhar a alma com Aquele que a criou?

Reza, sempre. Sê Feliz, eternamente.

domingo, 23 de março de 2014

O vidro da Fé


Hoje, em pleno terceiro Domingo Quaresmal, venho-vos falar de silêncio e reflexão.
Mas não do silêncio que estamos habituados, mas sim ao silêncio de Deus.
Será que é sinónimo do nosso? Que o seu silêncio significa a sua ausência?

Há momentos na nossa vida em que parece que Deus não comunica connosco. Há momentos em que parece que estamos numa sala vazia com Deus, e temos uma parede de vidro a nos separar. Nós sabemos que Ele está ali, sabemos que nos ama, porque nos sorri e nos acena, mas no fim, não podemos ter com Ele.
E esta barreira, este silêncio pode ser assustador para muita gente, até para mim o é.
Mas o silêncio de Deus será verdadeiramente igual ao nosso? Eu penso que não.

No meu íntimo tenho sempre a confirmação que Deus está sempre connosco, independentemente do que sintamos.  Como uma amiga muito querida uma vez escreveu, Deus está acima dos nossos sentimentos e pensamentos. E não está em cima, de forma fria e majestosa. Está acima porque o seu Amor ultrapassa qualquer angústia, desconexão.

Muitas vezes me perguntam como eu explicaria a existência de Deus. E a resposta que dou sempre, vos darei agora, meus amigos:

Pensem em Deus como um pai, transponham a vossa vida e os vossos problemas como se Deus fosse vosso pai ( e não é que é mesmo?!)

Quando alguém casa, emigra, vai viver sozinho, ou parte para uma aventura, rompe verdadeiramente com os seus pais? Mesmo quando fazemos tudo bem, os nossos pais tem a necessidade de estar connosco 24h por dia? Falar constantemente connosco?
Ou nos deixam viver a nossa vida, conforme as nossas escolhas, estando porém, sempre em alerta caso nós caímos, ou entusiásticos sempre que triunfámos?
Porque seria Deus diferente? Deus, embora esteja sempre presente, não sente verdadeiramente necessidade de nos tocar constantemente, como se não tivesse um "vidro em frente".

Ele sabe que pode fazer uma porta desse vidro, sempre que eu cair. E eu sei que Ele o fará.

domingo, 16 de março de 2014

A Primavera no meu coração


"Troquemos o instante pelo eterno,
Sigamos o caminho de Jesus:
A Primavera vem depois do Inverno,
A Alegria virá depois da cruz.

Passa o tempo e com ele as nossas vidas,
Tal como passa o bem, passa a desgraça;
Passam todas as coisas conhecidas,
Só nome de Deus é que não passa.

Farei da fé, vivida cada dia,
A luz interior que me conduz
À luz de Deus, da paz e da alegria
À luz da glória eterna, à luz da luz."

(Autor desconhecido)


Mesmo sendo a quaresma uma altura de resguardo, um tempo de reflexão, a alegria continua a viver no meu coração.
E ela vive porque dentro de mim vive a lembrança de que Deus me ama, e me fez um ser sorridente.
Mas o mais reconfortante é que Ele fez-nos todos assim;

Sorridentes, felizes, humildes.

Mas às vezes, o nosso sorriso falha ou insiste em tardar. É, meus amigos, este mundo não é fácil, muito menos para aquele que está ao lado, porque há sempre alguém que sofre muito mais que nós.
Aí, quando parece que a felicidade abandonou o nosso corpo e a tristeza instala-se na nossa alma, entregamo-nos à avalanche que é os problemas materiais. A crise, as contas para pagar, o familiar doente para cuidar, a perda de quem amamos, o emprego que temos que manter, o marido/mulher que está ausente, o filho que se isola. Todos nós nos entregámos à ansiedade de não sabermos como vai ser
o futuro. Mais do que isso , meus amigos, entregámo-nos às fragilidades do presente.
E doí, doi muito.

Mas é Deus que vai curar essa dor? Que vai fazer ela desaparecer?

É ele que vai manter o meu emprego, ou a minha casa?

Não, não é.
Deus não é nenhum curandeiro, nem feiticeiro, que agita as "mãos" no ar, e transforme tudo num conto de fadas. Ele dá-nos tudo aquilo que não conseguimos verdadeiramente ver, mas que é através disso mesmo que vencemos na vida. Dá-nos a força, a paz de espírito, a serenidade, a esperança, amor e todos os sentimentos que construam na nossa alma a maior fortaleza divina.

Durante muitos anos, achei que Deus tinha os seus elegidos, aqueles que estavam destinados à sua graça divina. Mas tenho vindo a inverter essa opinião.
Apercebo-me que todos somos elegidos de Deus, que todos somos amados de igual maneira. A pobreza, a miséria, a maldade e a violência, nada tem haver com Deus, tem a ver com os homens. Fomos nós, na nossa infinita individualidade e egoísmo que permitimos que seres humanos e animais desfaleçam à nossa beira, à nossa beira amigos, que estamos cheios de tudo.

E se por um momento devemos de sentirmo-nos abençoados, por outro devemos sentir responsáveis. Responsáveis pelos outros, por nós, por Deus. Somos nós, os responsáveis para manter viva a chama de Deus nos nossos corações.E a chama de Deus só se exalta dentro de nós quando inflamamos a vida dos outros que nos rodeiam.

E aí, o que nos acontece?

Meus amigos, perdoem-me a linguagem poética, mas a Primavera floresce no nosso coração.
O sorriso volta, e a felicidade de Deus espelha-se nos nossos olhos como água límpida.


Que nesta Quaresma, sejamos mais simples!
Mais misericordiosos!
Mais pacíficos!
Mais conscientes!
Mil vezes mais felizes, Jesus nos Salvou!


Ω Um bem haja a todos que me leem, e que Deus vos abençoe.
Que a paz de Cristo esteja viva nos nossos corações.






sábado, 8 de março de 2014

Quaresma


O Inverno tem sido duro, para todos nós, espalhadas pelos quatro cantos do mundo. Aliás, o Inverno há muito que reserva-se no coração de muitos.
Mas, em plena entrada de Quaresma, Deus abençoou-nos com um esplêndido sol em Portugal. Um sol que não queimava e que aquecia, e muito. Tal como o amor de Deus.
Muita tinta já correu sobre a quaresma, seja por sacerdotes e doutores da Igreja, seja por simples leigos como eu. O que devemos fazer, o que devemos dizer, em que devemos participar, o que devemos renunciar.

Mas, e se parássemos?!


O que realmente importa na nossa Quaresma? É renunciar a algo, por simbologia? Dar esmola? Rezarmos mais vezes?
Isso importa, mas não têm efeito nenhum se não o fizermos com o coração.
Participar vivamente na quaresma é transpor a reflexão para o resto do ano que se adivinha.De nada adianta se o teu sacrifício quaresmal apenas se aplicar a ti. Ele precisa de ajudar os outros a serem melhores também, a melhorar a vida dos que nos rodeiam.
A esmola só tem verdadeiro sentido, quando dela provem a nossa verdadeira misericórdia. Misericórdia e não pena. Porque a pena presupõe uma ideia de superiodade que não temos, pois acima de todas as nossas cabeças ainda sobrevoam as aves, e acima delas está o céu e na nossa alma está Deus. Misericórdia não é sentir tristeza, mas alegria constante, porque vencemos mais uma vez o egoísmo.
A oração só se torna fértil, quando ela é simples. E o que é ser simples na oração amigos? Meus amigos, é vir do coração. É sentirmos cada vogal que nos sai da boca, é sentirmos cada emoção que transportamos na nossa oração.
A oração pede ouvido. E não apenas o ouvido divino.
Pede o nosso. O nosso ouvido, para percebermos o que a nossa alma verdadeiramente quer dizer, escutar atenciosamente as nossas necessidades e repensar se elas são verdadeiramente importantes.

A Quaresma, para mim, acima de tudo é um período, em que mais do que nunca, caminhámos com Jesus. Gosto de imaginar que o acompanho na sua odisseia pelo deserto. Gosto de imaginar que quando o "diabo" da vida moderna me tentar, Jesus me vai agarrar pelo ombro e dizer: Não te preocupes, eu estou aqui, não sabes tu, minha pequena, que nem só de pão vive o homem?
E eu vou sorrir, porque finalmente estarei em plena e saciante paz.

Uma boa caminhada com Jesus, que Ele, antes, durante e depois da Quaresma, vos guie de mão dada na vossa vida e que inspire a vossa Alma a fazer coisas grandiosas de espiríto, pois foi para isso que todos nós fomos chamados.

Ω Um bem haja a todos, e que Deus nos abençoe e que a Paz de Cristo, a Sua força, a Sua paciência, a Sua misericórdia, e a Sua lealdade, esteja conosco.





quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Ansia(dade) Divina


Vivemos sempre atulhados de dúvidas existenciais. Estamos constantemente preocupados se vivemos em rotina e ao mesmo tempo porque a quebrámos.
O ser humano é assim, desassossegado.
Aliás se me pedissem para resumir a nossa espécie animal eu diria exatamente essa palavra- desassossegado.
Todas as espécies animais – excetuando a nossa — tem uma organização genética sobre como estruturar a sua vida.
Na fase adulta, em supra suma, o animal alimenta-se e garante a sua subsistência. Tudo o que não consegue, o que não conhece, não lhe preocupa nem tão pouco questiona. Não, não se trata de inteligência, mas sim regras básicas de sanidade. Acredito que o animal possuí inteligência à sua medida, sobre aquilo que apenas precisa de compreender.
Mas o ser humano não. O ser humano é sedento de conhecimento. Foi isso que o fez evoluir e desavoluir ao longo dos séculos.
Nunca está contente com o que tem, e quando isso lhe é posto em causa, sente-se como se nunca tivesse possuído ou adquirido nada.
Isto acontece meus amigos porque fomos formatados para viver no futuro. No que vai ser de mim amanhã, o que vai ser de nós, do mundo, do universo. Vivemos em constante ansiedade sobre aquilo que não conhecemos, pois o facto de haver algo que escape à nossa compreensão é terrivelmente assustador.

Ponho então esta questão;

Será que é por isso que muitos de nós renegamos a ideia de haver um ser superior que nos criou e gere a nossa coexistência?

A verdade é que nem eu mesma o sei. Na minha franca opinião é um dos motivos. Haver algo que o ser humano não pode explicar com a visão é incompreensível no nosso sistema.
Então por isso, muitos de nós prefere fazer o “Delete” do que ter que viver com essa ansiedade sem fim e sem cura.

Meus amigos, não se enganem. Deus tem que ser sentido, não visto. Deus é uma força que nos exalta e nos jubila perante a vida. Que nos faz sentir gratos ou abençoados por aquilo que temos. Deus é fé e a fé não se explica. A fé trabalha-se, a fé sente-se, mas acima de tudo a fé ama-se.
Porque é amando que a gente compreende Deus. É nos gestos de amor que percebemos a Sua existência, e como incompreensível é tamanho amor aos nossos olhos.
Ter um filho pregado na cruz por todos nós, é sem dúvida um dos maiores sinais de todos os tempos. A glória da Santidade de Cristo pela sujidade dos nossos pecados. O ultimato sacrifício que resultou na conversão de milhares.

Já dizia Shakespeare “ Nós somos a matéria de que é feito os nossos sonhos”.
Pois eu digo, nós somos feitos da matéria do sacrifício.
Mas em vez de sermos prova de dor, somos prova de alegria!
Ser cristão, independemente da seita em que estamos inseridos, é a maior alegria que podia atacar os nossos corações.
Somos testemunhas do maior amor vivido neste mundo, somos testemunhas de quando Deus desceu ao mundo para mostrar o quanto nos ama, e quanto quer que sigamos o caminho certo, o caminho de cada um.
Então se somos prova de alegria porque vivemos sempre soturnos, cheios de culpa, de ansiedade e de medo?
Deus libertou-nos disso mesmo! Deus deu-nos a oportunidade de nos aproximarmos da matéria divina ao nos retirar a culpa, mostrando-nos que somos senhores da nossa vontade e que podemos sim, melhorar a cada dia.
Retirou-nos a ansiedade porque nos ensinou a viver o dia presente, a resolver os problemas do hoje, a rir com as anedotas da hora e a amar o dia de sol nascente.
Retirou-nos o medo, pois pelo seu Filho deu-nos oportunidade de alcançar a plena felicidade ainda em vida.
Retirou-nos as trevas da noite e aclarou os nossos corações com promessas cumpridas de amor, fraternidade e igualdade.

Ele acendeu a luz da nossa fé — vais manté-la ligada?



Ω Um bem haja a todos, que Deus vos abençoe, e que a Paz de Cristo reine sempre em nossos corações.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O caminho do amor




A hipocrisia vive nos nossos corações como heras que teimam em morrer.
Dizemos uma coisa, e fazemos outra.
No meu caso, expresso uma coisa e faço outra diferente.
Mas isso não pode ser caso de desmotivação para todos os dias acordámos com o objectivo de sermos completamente diferentes e livres desse sentimento contagioso e venenoso. Aliás, o facto de nos tornamos alertas disso mesmo já nos torna um pouco melhor, pelo menos conscientes.
Como erradicar então a hipocrisia?
Fácil, meus amigos, com amor.
O amor é o maior sentimento pois quando bem usado apaga qualquer outro sentimento e nos exalta naquilo que eu chamo de existência divina que todos nós possuímos. O amor é talvez o sentimento divino por excelência, e como todas as coisas vindas de Deus torna-se perfeito quando bem usado.

Vamos deixar de ligar à vida dos outros e passar a debruçar-nos sobre a nossa, porque a busca pela vida dos outros revela incapacidade de lidarmos com a nossa, e com as nossas infelicidades. Deixemos então de usar bodes expiatórios para a nossa própria tristeza e insucesso. Em vez de ligarmos ao que o outro têm, fala, pensa ou possuí, viremos para o nosso coração e avaliem tudo o que têm e tudo aquilo que podem mudar e/ou melhorar.

Vamos deixar de julgar os outros, mesmo quando temos motivos para o mesmo. O porquê? Meus amigos, a vida tem uma capacidade fantástica em virar o feitiço contra o feiticeiro. O que hoje apontámos, amanhã cai-nos em cima, e aí vem a típica frase “ porque é que eu falei na fulana, agora eu percebo”.
Pois é, percebemos. Mas só depois de cair a bomba em nós. E se fossemos capazes de antever a sua queda? Se perdêssemos 3 dos 5 minutos em que julgamos a pessoa, para tentar perceber o porquê das suas atitudes?
Talvez a nossa fala se cessaria e perceberíamos que somos tudo menos diferentes dessa pessoa. Apenas a ocasião é que nos separa.

Vamos deixar de nos auto-santificar. Não somos Deus, e não fazemos sempre tudo bem e santificado. Nem que sejamos a pessoa que mais se dedica às práticas religiosas. Temos momentos negros, uns mais negros que outros, em que revelámos a nossa virtude menos boa. Mas sabem uma coisa? Isso faz parte, isso nos torna conscientes para o que temos de mal, e se possível, mudarmos.
Agora, vendermos a ideia de que nunca errámos, que somos sempre felizes, cheios de amor e alegria, é completamente errado. Porque a verdade é que falhámos. Se assim formos, vamos praticar um sentimento muito apreciado por Deus e pelos nossos irmãos: a sinceridade.
A coragem de expormos a nossa fera interior libertam-nos, e a liberdade nos aproxima do amor, e só o amor nos aconchega perto de Deus.

Vamos deixar de nos subvalorizar.
Não, o que o outro têm é melhor que o que tens.
Não, a outra não é mais bonita que tu.
Não, ele não é mais feliz.

Ele não é mais que o que tu és ou o que tens, pelo simples facto de não ser tu.
Pergunto-me quando é que nos percebemos que somos absolutamente únicos e originais, e todos, TODOS, sem exceção têm uma contribuição a dar ao mundo e a si mesmo que mais ninguém pode dar.
Se as zebras não possuem uma única risca igual umas às outras, como podemos nós, amados e muito por Deus, sermos todos iguais?
Entristece-me ver os outros, e eu própria, achar que os outros são muito melhores que nós. Não o são, são diferentes, e devem ser amados pelas suas diferenças.
E nós? Devemos aprender a amar cada parte do nosso corpo e alma, pois é absolutamente especial e divina.

E por fim, vamos deixar o amor entrar.
Vamos perder (ganhando) 10 minutos a olhar para o outro que está ao lado. Vamos parar para demonstrar o nosso amor para com os nossos avós, pais, irmãos, familiares, cara metade, amigos. Vamos para para demonstrar o nosso amor a quem não nos conhece, vamos lhe dar o que mais precisam, seja materialmente ou espiritualmente. Às vezes um sorriso ou um ouvido atento basta para a pessoa se sentir especial. Às vezes é aquilo que temos de graça que mais vale no coração daquele que precisa.
Precisámos também de demonstrar o nosso amor com quem nos magoou. E mostrar amor também é mostrar respeito, não pagar com a mesma moeda, mas sim retribuir com aquilo que o outro não conhece, o perdão e/ou a educação.

Mas acima de tudo vamos tirar o amor das nossas bocas e transplantá-lo nas nossas mãos para que elas possam suportar a dor de muitos e afagar solidão de tantos outros. Que elas abracem quem nos ama e quem nós aprendemos a amar.
Que o amor passe para os pês e eles nos levem a ajudar o caminho de tantas pessoas que se sentem perdidas.
Que eles nos levem a um caminho menos hipócrita, menos dissimulado e nos conduza eternamente ao caminho do amor.

“Tudo passará, menos o amor”


Ω Um bem haja a todos, que Deus vos abençoe e a Paz de Cristo esteja sempre em todos nós.




segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Ode à Alegria

Tenho andado sem vontade de escrever.
Não porque não goste, porque abandone Deus, mas porque as minhas atitudes o fazem. Os meus pensamentos, ainda que justificados, me afastam da hipótese de escrever sem ter um pingo de hipocrisia ou ressentimento.
Por isso só o fiz agora. Deus começa a curar o meu coração de novo e a dar-me força para enfrentar tudo que me magoa ou me entristece.
Por isso, e porque Deus é ALEGRIA, trago-vos hoje uma passagem do Antigo Testamento que nos fala dum verdadeiro hino à alegria.
Sim, ANTIGO TESTAMENTO, ele também fala de amor caros amigos. É um preconceito achar que o Antigo Testamento corresponde a um Deus austero e a tempos negros de luta e de fé. Pelo contrário, é o princípio da Humanidade, do projecto de amor de Deus.
Esse projecto fantástico, que nos especializa e renasce duma maneira tão única e especial.

A passagem que vos vou ler é do livro Ben Sira, e há duas noites para cá tornou-se o meu hino para enfrentar os dias cinzentos do Inverno das nossas vidas;

" Não abandones a tua alma à tristeza,
Não te atormentes a ti mesmo com os teus pensamentos.
A alegria do coração é a vida do homem,
E a alegria do homem aumenta a sua longevidade.
Anima a tua alma e consola o teu coração
e afasta a tristeza para longe de ti,
Porque a tristeza faz morrer a muitos,
E nela não há nenhuma utilidade.
A inveja e a ira abreviam os dias,
E a inquietação faz chegar à velhice antes do tempo.
Um coração bondoso está num contínuo festim,
Ele cuida da sua alimentação"

Sir 31, 21-25

Por isso, como dizia o actor português Raúl Solnado, façam o favor de ser felizes, sim?
Deus criou o sorriso para ser usado :)

Ω Um bem haja e que Deus vos abençoe, e a Paz de Cristo esteja realmente em todos nós!

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Semana dos Pecados Capitais_ A Preguiça


Esta semana, caros amigos, vai ser destinada à reflexão pessoal dos sete pecados capitais.
Esses pecados que condenam o nosso dia a dia, e nos aprisionam à nossa condição humana.
Pois bem, começo por um pecado de peso;

A preguiça.

Qual de vós nunca entrou em " período de standy by" ou num "descanso energético"? Estou em jeito de brincadeira, mas a verdade é que a preguiça tem feito parte das nossas vidas, mais do que uma vez.

Mas afinal o que é a preguiça?

É sabermos as nossas responsabilidades e não as executá-las?
É não obrigar o nosso corpo a esforços?
Não trabalhar?

Creio que seja muito mais que isso. É a inércia em viver e ser feliz. Pois quando nos damos à preguiça, por muito boa que ela nos saiba, sabemos que estamos a desperdiçar uma oportunidade de fazer o correcto, de fazer os outros felizes, de sentirmo-nos determinados e poderosos com a nossa luta.
É a inércia de ajudar, pois quantas vezes, estamos no sofá quentinhos e não ajudámos os nossos pais a levantar a mesa, ou a mulher a lavar os filhos e a tratar da comida ao mesmo tempo, ao cão que nos olha triste porque não o levamos a passear. Ser preguiçoso é também recusar o outro, recusar a plenitude da boa acção sobre nós próprios e acima de tudo, sobre os outros.
Deus, colocou-nos nesta vida com o grande objectivo de lutar por ela. De nos apaixonar-mos, defendermos, aventurar-nos, por ela. A preguiça é um medicamento anti-natural ao sentimento de força. Ela, a preguiça, nos priva de um dos sentimentos mais belos vindo de Deus, a recompensa da determinação.
Ser preguiçoso é esconder-se da verdadeira oportunidade de ser feliz, e de descobrir, por nós próprios que o doce da vida é a luta.


A luta, pelo amor, pela dignidade, pela justiça, pela verdade... por Deus.


Por fim, mas nunca último, uma passagem do Antigo Testamento que traduz, na perfeição, tudo que humildemente saiu da minha opinião;

" Vai, ó preguiçoso, ter com a formiga,
Observa o seu proceder e torna-te sábio.
Ela não tem guia, nem capataz nem mestre;
No Verão faz as suas provisões;
No tempo da ceifa, ajunta o seu alimento.
Até quando dormirás tu, ó preguiçoso?
Quanto te levantarás do teu sono?
Dormes um pouco, outro pouco dormitas,
Outro pouco cruzas as mãos para dormires;
A indigência cai sobre ti como um salteador
e a pobreza como um homem armado"

Pr 6, 6-11


Ω Um bem haja a todos, e que Deus vos abençoe, a todos;
E que a Paz de Cristo esteja em todos nós!

sábado, 4 de janeiro de 2014

Sinal da Cruz


"Pelo sinal da Santa Cruz,
Livre-nos Deus nosso Senhor, dos nossos inimigos.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Amén"


O sinal da Santa Cruz, é uma das primeiras orações que nos ensinam a rezar. Todo o cristão a professa quando entra numa igreja ou ouve um mandamento, ou ainda quando se despede diante do sacrário.

Mas saberão mesmo o que esta oração significa?

Claro, numa primeira estância, dizemos que ela serve para louvar a Deus e ao mesmo tempo, para nos livrar do mal, dos nossos inimigos mais correctamente.
Os inimigos, palavra que assumimos sempre como sinónimo de pessoas que nos querem ou  nos fazem mal. Esses inimigos que atentam contra a nossa felicidade e se sentem felizes com a nossa desgraça.

Esqueçam essas pessoas. Não são esses os inimigos de quem nos benzemos.

Quando fazemos o sinal da cruz meus amigos, pedimos a Deus para nos livrarmos de nós mesmos.
Fazendo esta oração, estamos a pedir que Deus nos livre da tirania dos nossos pensamentos, palavras e atitudes.

No sinal da cruz, benzemo-nos com três cruzes, nomeadamente na;

ø Cabeça - Ela serve para pedir a Deus que nos ajude a livrar dos maus pensamentos, daqueles que prejudicam os outros e a nós mesmos. Acima de tudo pedimos paz de espírito.

ø Boca - A mais traiçoeira das nossas inimigas! Pela boca julgámos e somos julgados. É ela que professa as mentiras, as hipocrisias, dá corpo ao ódio ou à raiva. Por isso mesmo, cruzamos a nossa boca, na esperança que Deus nos rectifique as palavras.

ø Peito - O coração! O verdadeiro elemento para alcançar Deus. Meus amigos aqui, pedimos a importante tarefa de Deus nos purificar o nosso coração, os nossos gestos e atitudes. Pedimos ainda, sem saber, a oportunidade de sermos exemplos vivos da herança de amor deixada por Jesus Cristo.

Nós somos verdadeiramente os nossos maiores inimigos! Só nós, e a nossa atitude, é que podem piorar verdadeiramente a nossa vida e a felicidade que tanto procurámos e tentámos manter.
O nosso cérebro faz-nos sentir, num momento os vencedores, e noutro instantâneo segundo, uns fracassados. Somos nós que pomos barreiras a nós mesmos.
Somos nós que não permitimos mais amor, mais paz, mais fraternidade, mais aconchego divino.
Somos nós, que muitas vezes fechamos a porta a Deus.

Não procuremos mais "fora" o que nos envenena, quando somos nós o nosso próprio veneno! Precisamos de ser a nossa própria cura, e essa, meus estimados amigos, só pode vir de Deus. Porque quem ama e aprende a se amar também, encontrou o verdadeiro projecto de Deus;

o Amor.




Ω Que saibamos no futuro, procurar e lutar contra as nossas próprias barreiras, medos ou "venenos". Que procuremos primeiro a paz interior e só depois possamos olhar para os defeitos dos outros.
E que acima de tudo, pela Cruz, Deus nos livre do nosso maior inimigo, nós.

Ω Um bem haja a todos, que Deus vos abençoe e que a Paz de Cristo esteja connosco, sempre. :)


quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Liberdade


O que é realmente a liberdade?

Será a não imposição de regras no nosso comportamento ou meio em que nos encontramos?
Será a não existência de moralidades pré-concebidas a seguir?
Estar preso? Estar a ser torturado? Subjugado?
Ou ainda, termos oportunidade para falarmos o que pensamos, agir conforme o nosso coração, não sermos ostracizados por aquilo que somos, amamos ou professámos?

Quem reflectir sobre esta temática vai-se aperceber que o tema liberdade é tão amplo quanto a sua complexidade. Para uns significa uma coisa, para outros o universo é completamente diferente.
Por isso, o facto mais belo é efectivamente termos a liberdade para definirmos a nossa própria liberdade.


O que é a liberdade para mim?

Para mim, meus amigos, a liberdade é o condão que nasce connosco. Tal como o amor e o sonho, ninguém nos pode verdadeiramente tirar a liberdade. A liberdade é nossa por direito, está entranhada profundamente nos desejos do nosso sangue e suor.
A liberdade é à prova da tirania e do mal, a liberdade é a prova dos insensatos, e dos opressores. A liberdade meus amigos, vem de Deus.
Ser livre, verdadeiramente livre, não é não estar preso ou subjugado a nada. A liberdade é poder escolher ao que nos queremos prender. Ao que escolhemos vincar, lutar e partilhar.
É matéria de coração, porque juntamente com o sonho permite-nos sair do chão, alcançar o céu, encontrarmo-nos com as nossas capacidades, e com Deus. A liberdade é poder gritar por aqueles que não podem falar, é poder abraçar o mundo, é poder, ao final do dia, adormecer de sorriso rasgado no coração.
Este sentimento, tão belo e tão precioso, acredito que nos foi dado por Deus. Quando tudo foi criado, Ele deu-nos, a todos nós, a todos os seres (inclusive aos anjos), o liberdade de escolha. A liberdade se queremos escolher o Bem ou o Mal, escolher o caminho a seguir, o que fazer, o que lutar, o que gostar, mas acima de tudo, o que amar...
Deus amou-nos e ama-nos tanto, que mesmo depois de tudo, dá-nos a liberdade de escolher o Seu amor. Dá-nos a liberdade de querermos ou não abraça-lo em momentos de alegria, e socorrermo-nos no seu ombro em momentos de fraqueza ou tristeza. Deus ama-nos tanto que dá-nos a oportunidade de sermos donos e senhores do nosso destino, do nosso coração.

Nós agora somos livres, Jesus com o Seu amor, salvou-nos da morte, das trevas e da escuridão. Não só das trevas do mundo e do mal, mas das nossas próprias trevas;
Deu-nos a luz para tirarmos as nossas próprias trevas, a luz que chegou em forma de amor, de gestos, de sorriso e acima de tudo, de PAZ!
Jesus deu-nos a derradeira liberdade, permitiu-nos sermos Filhos de Deus, permitiu-nos aprender a amar.
Ele nos libertou e agora, somos verdadeiramente livres!





ø E agora, amigo que és verdadeiramente livre, o que vais fazer por isso?


Ω Que saibamos sempre, mas sempre descobrir a essência da nossa verdadeira liberdade, e que nunca, mas mesmo nunca, a deixemos calar pelo som da opressão, da tirania, e da maldade.
Que saibamos sempre, como Mandela, que somos os capitães da nossa alma, e que Deus é a nossa bússola!



Ω Um bem haja, que Deus vos abençoe e a Paz de Cristo esteja em todos nós!