quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Filipinas - 1ª Hora


Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.

Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.

Mateus 11:28-29

Inicio com esta passagem do Evangelho de São Mateus, a minha pequena e humilde vigília sobre a catástrofe ocorrida nas Filipinas.
Nestes momentos, em que a desgraça recai sobre um culpado natural, é-me difícil arranjar palavras para reconfortar ou descrever aquilo que sinto.
Primeiramente, por muito que digamos que sentimos a dor daqueles que neste momento estão a sofrer, ou que imaginámos o desespero que devem de estar a sentir, a verdade é que não sentimos nem imaginámos, pois não fazemos a minima ideia do que é estar sobre tal desespero, fome, dor e tristeza. Quando falo em "nós" refiro a todos aqueles que vivem em condições de paz quer economicamente, quer geograficamente, politcamente e humanitárias.
Não temos sequer a percepção do quão difícil é viver nestes tempos de sombra. É verdade que paramos para pensar durante o dia, para visualizar na televisão o horror que se passa nestas regiões, mas a verdade é que voltámos a nossa rotina diária. Reparem, não digo isto em tom de reprovação a nós mesmos, mas de alerta. Alerta porque não estamos sozinhos neste mundo. E nem estamos sozinhos nem estamos livres de qualquer catástrofe, seja natural ou humana. A nossa rotina diária podia ser perfeitamente destruída numa questão de minutos por um terramoto, um tsunami, um meteorito, um atentado terrorista, um atropelamento entre outros. Com isto volto a velha pergunta " e se fosse a nós que estivesse a acontecer? Não pararíamos a nossa rotina diária? Não tornávamos esta situação de emergência o topo das nossas prioridades?"

Claro que parávamos. Porque aí já conseguimos sentir, já conseguimos perceber a dor que é de termos perdido tudo e de estarmos prestes a perder. Aí, já nada mais importaria que nós mesmos, os outros e aqueles que partilhavam a mesma desgraça. Ao mesmo tempo, também nos interessaria que nos ajudassem, apelando ao bem humanitário no coração de cada um.
É isto que aqueles milhares de rostos fazem sem se aperceberem. A sua alma, a sua essência divina, pede auxílio a quem pode prestar ajuda. E neste momento, TODOS nós somos chamados a prestar auxílio.
Não estou a falar apenas e exclusivamente de ajuda monetária e/ou ajuda de campo. Rezar, pensar, preocupar-se é também um caminho para ajudar.
Aliás, qualquer oração feita com sinceridade, pode alcançar terrenos impossíveis, não fosse o nosso Deus, o Deus do impossível.
E é com a oração que neste momento, eu presto auxílio a todos aqueles que estão perdidos, com fome, com dores, com uma tristeza incalculável. Pois é com a oração que eu relembro os outros e a mim mesma, que Jesus Cristo, o nosso Salvador veio ao mundo para nos curar, para nos libertar e confortar nos piores momentos das nossas vidas.
É isto o que eu tenho para dar, o testemunho de Jesus Cristo, presente em toda e singular criatura da Terra. Cristo, abandonou a sua existência para permitir a existência de tantos milhares. Para permitir a subsistência da alma e da sua pureza divina, para que todos nós experimentássemos o verdadeiro amor e elixir para a felicidade. É em Deus que as tristezas perdem a força e é em Deus que todo a fase negra é iluminada pela luz do Bem. Neste momento, para além da nossa ajuda humanitária ( que é por si só uma acção presente de Deus nos homens) temos que ajudar com a nossa alma, dando voz aos céus por aqueles que neste momento perderam a voz ou a força para clamar a Deus.
Precisamos de emprestar a nossa voz e o nosso amor, para chegarmos junto de Deus, para que nos ajude a suportar e a prevalecer a esta catástrofe juntos.
Juntos, desconhecidos mas unidos neste grande amor que a Humanidade nutre pela sua existência e pela existência de Deus. É através da união que Deus se instala nos nossos corações, e permite que a força da oração passe qualquer barreira da dor, desespero e tristeza.


Peço então, nesta primeira hora de vígilia, que rezemos juntos, para que os corações apagados se voltem a iluminar e ganhem forças no meio do nada, e que lutem pela sua sobrevivência e pela sobrevivências dos demais

ø Que Deus saiba nos inspirar a todos para que exultemos e oremos de forma sincera, responsável e amável, para que a oração seja válida e carregada até onde é precisa
ø Que saibamos, tal como Jesus, abandonar as nossas práticas diárias, ainda que por umas horas ou minutos, e rezarmos para que esta catástrofe seja, no final, a prova de que a união do Ser Humano é mais forte do que qualquer calamidade
ø Que quem está no campo a ajudar os outros tenha a força e a intenção de todos nós. Mas que acima de tudo sejam inspirados pelo Espírito Santo a levar o seu amor e ajuda até onde puderem, para que eles sejam o rosto de Deus.
ø Que quem está cansado, oprimido, com fome e em desespero encontre ou reencontre o conforto do colo de Deus, e que seja saciado de todas as maneiras que necessitar.
ø Por fim, mas não em último que Deus nos inspire a sua humildade e pureza, para que as nossas intenções e acções sejam verdadeiramente "verdadeiras".

Nesta primeira hora, convido a todos que me seguem, a rezar 10 Pai Nossos pelas vítimas nas Filipinas, pois esta é a oração mais simples e poderosa que podemos usufrir;

Ω Pai Nosso que estais no Céu,
Santificado seja o Vosso Nome,
Venha a Nós o vosso Reino,
Seja feita a vossa vontade,
Assim na Terra como no Céu,

O Pão nosso de cada dia nos dai hoje,
Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos
A quem nos tenha ofendido,
E não nos deixeis cair em tentação
Mas livrai-nos do mal,

Amen
Que Deus vos abençoe e que a Paz de Cristo esteja connosco.



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