Filipinas_ Reflexão

Autor desconhecido

"E, quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas. Eles gostam de ficar orando em pé nas sinagogas e nas esquinas, a fim de serem vistos pelos outros. Eu asseguro que eles já receberam sua plena recompensa. "
Mateus 6:5

Hoje estive a reflectir o quão hipócrita acabo por me tornar. Há um dia atrás pus uma imagem de ajuda sobre as Filipinas no Facebook, mas a verdade é que nem parei dois minutos do meu dia para pensar nos rostos anónimos de dor.
Não parei para pensar, mas dei a ideia que estava extremamente solidária. A verdade é que estou, por natureza, extremamente solidária para tais catástrofes, mas às vezes estar solidária não basta. Há que o ser, mas principalmente há que pensar. Nenhuma acção que não seja reflectida antes pode sair executável ou perfeita na intenção.
Por isso, esta é a minha redenção, para que possa verdadeiramente estar de coração e alma com os meus irmãos Filipinos, que nunca conheci ou soube de suas vidas, mas que vejo o desespero nas suas caras através dos media.
Hoje, na televisão, uma mãe Filipina segurava ao colo o seu bébé morto, embrulhado num saco plástico. Eu não sei como aquela pessoa arranjou força para falar, via-se a dor nos seus olhos, imagino a dor que passava no seu coração. Ela fez-me parar.
Outra pessoa, uma adolescente, chorava em televisão, pedindo à mãe que a procurasse, porque estava viva e com muita fome. Lembro-me que o pedido de fome e desnorte me despedaçou o coração bem mais que dois minutos. Agora que reflito e penso neste ser, pergunto-me se já encontrou a mãe, se alguém lhe conseguiu saciar a fome, se alguém já a reconfortou. Eu no caso dela, estava perdida, sem rumo e num desespero atroz, para além da dor e fome. E eu ainda tenho coragem para me afligir com os meus tão pequenos problemas...

Nestes momentos de desespero humano, por certa que todos nós perguntamos, onde está Deus nestes momentos? Porque é que Ele não protegeu milhares de pessoas que não tinham culpa nenhuma?

Onde está Deus nestes momentos?

A minha opinião pode não ser fácil de ser compreendida.
Acredito que Deus nestes momentos continua no coração de todos nós, mesmo aqueles que nada querem com Ele. Acredito que Deus não é responsável por estas fatalidades, e também acho que Deus nunca evitou as fatalidades do mundo. E porquê nunca evitou, perguntam vós? Para quê nos quer ver sofrer? É verdade, eu acho que a última coisa que Deus quer, é que nós soframos. Eu acho que as fatalidades, as nossas perdas, as nossas dores, grandes ou pequenas, acontecem sempre com um motivo, e é na tristeza e na perda que o Ser Humano se fortifica, que se revela humanitário, que demonstra que ainda vive dentro dele o fogo do Bem.
O mal aconteceu, morreu milhares de pessoas, muitas estão sem familias ou desaparecidas. Onde está Deus?
Meus amigos, Deus está em cada mão que ajuda os orfãos, os desaparecidos e ajudam a enterrar os mortos. Deus está em cada coração que mirra ao ver estas imagens e faz o melhor que pode para ajudar. Deus está no coração daqueles que se juntam para reerguer os outros após uma enorme catástrofe. Deus não é o Deus dos mortos, mas sim dos vivos, e é por meio deles que cura, que sara, que ama, que perdoa, mas acima de tudo...

Que restaura.

Peço esta noite;

ø Que as milhares de pessoas que ficaram sem casa, sem família, mantimentos, que nunca percam a fé em Deus, apesar de tudo lhe ter sido tirado;
 ø Que os seus corações sejam reconfortados e a tristeza não os consuma;
 ø Que Deus inflame os corações de todos nós para nos unirmos, seja em oração, seja monetariamente ou humanitariamente para ajudarmos quem mais precisa neste momento;
 ø Que Deus opere em todos nós um sentimento de verdadeira ajuda, compaixão e reflexão e não sejamos levados a agir por hipocrisia, só porque parece bem, ou é a opção mais fácil.
 ø Que Deus faça de nós cristãos verdadeiros, de acção e alma.


Que Deus esteja com todos os que sofrem e a paz de Cristo esteja em todos nós.

ø Amanhã irei fazer uma vigília "escrita e online" para todos os sobreviventes Filipinos. Terei muito gosto que se juntem em mim, em oração.